Sob forte aparato policial, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, apontado como um dos principais líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi transferido nesta quarta-feira (15) para a Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira (P2), em Presidente Venceslau.
O deslocamento contou com a participação de agentes da Polícia Federal, Polícia Militar e Polícia Penal, que reforçaram a segurança no Aeroporto Estadual Adhemar de Barros, em Presidente Prudente, durante a chegada do preso.
Tuta é considerado um dos articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro ligado ao PCC e estava na Lista de Difusão Vermelha da Interpol, destinada a criminosos procurados internacionalmente.
Prisão na Bolívia e extradição
Foragido desde 2020, Tuta foi preso em 16 de maio deste ano, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Ele foi detido ao comparecer a uma unidade policial local utilizando um documento falso em nome de Maicon da Silva. A fraude foi descoberta, e as autoridades bolivianas acionaram a Interpol e a Polícia Federal brasileira, o que levou à sua identificação pela Força Especial de Luta Contra o Crime Organizado (FELCC).
Após sua captura, Tuta foi expulso da Bolívia e encaminhado ao presídio federal de Brasília (DF), onde permaneceu até agora.
Em agosto, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) autorizou sua transferência para o sistema prisional paulista, determinando que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Polícia Federal coordenassem o transporte.
Condenações e investigações
Tuta é condenado a 12 anos de prisão no Brasil pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Ele também foi um dos alvos da Operação Sharks, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em 2020, que investigava a movimentação financeira de lideranças do PCC.
Considerado o sucessor de Marcola no comando da facção, Tuta passou a ser visto pelas autoridades como o novo “número 1” do grupo criminoso.
Sua transferência para a unidade de segurança máxima em Presidente Venceslau ocorre após entendimento do MP-SP e da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de que não havia mais necessidade de mantê-lo no sistema federal, já que suas condenações estão vinculadas à Justiça estadual.
Com a chegada de Tuta, a P2 de Presidente Venceslau volta a concentrar algumas das principais lideranças do PCC no Estado de São Paulo.
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