O pequeno Miguel Rosa dos Santos, de apenas 10 anos, embarcou na quarta-feira (04), rumo a uma missão que poucos adultos já viveram, representar o Brasil em competições internacionais de matemática. O jovem é o único representante do oeste paulista na delegação brasileira, ele também disputará final global em Nova York, nos EUA.
Diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e identificado com altas habilidades/superdotação, o jovem prodígio prudentino participa da Simoc (Singapore International Math Olympiad Challenge) e, na sequência, viaja aos Estados Unidos, para a etapa global da Copernicus Olympiad, duas importantes olimpíadas científicas do mundo.
“Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida. Quando li o nome dele entre os selecionados, eu chorei”, disse a mãe de Miguel, Josiane Luzia Mendonça dos Santos. “É mais que uma conquista pessoal, é um marco de representatividade para tantas crianças neurodivergentes que, muitas vezes, não têm suas potencialidades reconhecidas”.
Primeira parada: Singapura;
A ansiedade do garoto é grande, segundo Josi. A primeira parada será em Singapura, onde Miguel participará de uma série de provas individuais, em dupla e em grupo, além de atividades culturais com crianças de diversos países. Em seguida, o jovem prudentino embarca para Nova York, onde disputará a fase final da Copernicus Olympiad, da qual é finalista após conquistar medalha de ouro na etapa nacional deste ano.
“Ele quer conhecer os outros participantes, entender como a matemática é vista em outros países, visitar museus, andar em aviões diferentes e, claro, se desafiar intelectualmente. Ele diz que quer trazer novas ideias para o Brasil e incentivar outras crianças a amarem a matemática”, conta a mãe do garoto.
Além de Miguel, a delegação brasileira é composta por outros 31 estudantes de diferentes idades e regiões do Brasil, o que, segundo Josiane, reforça “a riqueza de realidades do nosso país”. O garoto, no entanto, é o único representante do oeste paulista, o que dá ainda mais peso simbólico à sua participação no exterior.
Rotina de preparação;
Apesar da pouca idade, Miguel segue uma rotina acadêmica intensa, mas sem deixar de lado a leveza. Ele estuda com o suporte de plataformas como Kumon, Amplexo e Medalhei, conta com mentoria de engenheiros do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), e é acompanhado pela educadora Clarissa Vergara.
“Tudo é feito com respeito ao seu ritmo, valorizando seu estilo único de aprendizagem”, relata a mãe. Autodidata em muitos aspectos, ele passa horas do dia resolvendo problemas matemáticos, criando desafios, estudando física, astronomia e ciência aplicada, por gosto próprio. “Mesmo nos momentos de lazer, ele costuma explorar a matemática de forma lúdica e espontânea”, acrescenta Josiane.
Ela conta que Miguel já tem um sonho traçado, quer ser engenheiro aeroespacial. “Ele diz que quer construir satélites, foguetes e soluções tecnológicas que ajudem o planeta. Também sonha em criar projetos educativos gratuitos para crianças neurodivergentes, ensinando ciência do jeito que gostaria de ter aprendido, com diversão, respeito e liberdade de criação”, completa a mãe.
(Da redação)
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