Um dia após quebrar o recorde mundial, Jerusa Geber dos Santos entrou para a história do esporte paraolímpico brasileiro ao conquistar a medalha de ouro na prova dos 100m (metros) da classe T11 (deficiência visual) das Paralimpíadas de Paris.
A acreana radicada em Presidente Prudente desde 2008 e seu atleta-guia Gabriel Garcia dos Santos despontaram logo nos primeiros 40m da prova, deixaram a chinesa Liu Cuiqing para trás e cravaram a marca de 11s83 para ficarem no lugar mais alto do pódio no Stade de France. Liu fez o tempo de 12s04 e ficou com a prata. A paranaense, Lorena Spoladore, cravou 12s14 e tascou o bronze para a dobradinha brasileira em Paris. Seu atleta-guia foi Renato Ben Hur Oliveira.
Jerusa que hoje tem 42 anos nasceu cega, recuperou parte da visão com cirurgias, mas perdeu totalmente a visão aos 18 anos. No ano seguinte, começou a praticar atletismo. Ela é a atual campeã mundial dos 100m da classe T11. A primeira medalha paraolímpica da velocista brasileira foi o bronze em Pequim 2008. Depois de rumar para Presidente Prudente, a paratleta somou duas pratas em Londres 2012, uma grande frustração no Rio 2016 e um bronze em Tóquio 2020.
Faltava o ouro e ele veio na mesma pista onde ela e Gabriel Garcia superaram o recorde mundial, com o tempo de 11s80 durante as semifinais da prova, na noite de ontem. O recorde anterior, de 11s83, era da dupla e, hoje, foi com os mesmos 11s83 que Jerusa e Gabriel conseguiram alcançar a glória definitiva em Paris 2024.
Em busca do ouro nos 200m;
Depois de quebrar o recorde mundial e alcançar o lugar mais alto do pódio nos 100m T11, Jerusa vai em busca do ouro nos 200m. Ela e Gabriel voltam à pista do Stade de France no sábado para a disputa da prova classificatória. As semis acontecem no sábado e a final está marcada para o domingo.
(Por Caio Gervazoni)
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